Monday, February 23, 2009

Freida Pinto


A outra estrela de "Slumdog Millionaire" tem um apelido familiar... claro que só podia ter raízes goesas. Uma Pinto nos Oscares...!

Sunday, February 22, 2009

Ridículo

Há coisas que deixam uma pessoa pasma. Através do Abrupto leio um recorte de uma entrevista de Pedro Passos Coelho, nem faço ideia em que jornal.

Passos Coelho, uma personagem que foi presidente da JSD nos anos 90, acumulando com deputado, sem estudos académicos nem actividade profissional na altura, ou seja, político profissional, tem o descaramento de afirmar que quando era novo lia Steinbeck, Tolstoi, Kafka, Satre e Voltaire... preferia o ensaio à literatura, era mais directo...

O assistente que lhe passou a lista de autores fez tão bom trabalho que Passos Coelho até se enganou no título do livro de Satre...

De facto, o PSD já encontrou o seu Sócrates...

Monday, February 9, 2009

Vicky, Cristina... maybe just Barcelona!

Depois de ver "Vicky Cristina Barcelona", o novo filme de Woody Allen, além da boa apresentação dos actores - Rebecca Hall, Scarlett Johansson e Penélope Cruz tornam os 90m de filme um tempo muito agradável... - o que realmente me ficou na memória foi uma e só palavra: Barcelona.

Todo o filme é como se fosse um campanha publicitária à cidade. Apesar de passar também pelas Astúrias, praticamente tudo roda à volta de Gaúdi, Miró, os monumentos, os restaurantes, as ruas, as mercearias, as pessoas, a música, tudo o que respire Barcelona.

Começa a abrir com uma música de Giulia y Los Tellarini chamada... Barcelona, cuja letra repete sistematicamente a palavra... Barcelona. A um ritmo agradável, e a que é impossível desligar.

Para não estar aqui com mais poetices, a questão que retiro disto é: quando é que alguém faz um filme deste género sobre Lisboa. Ou sobre o Porto, para o caso.

Este filme foi subsidiado por tudo o que é autoridade pública catalã. E terá o nome e as imagens da cidade espalhadas por todo o Mundo por vários meses, vistas por milhões de pessoas. Um folhetim turístico incomparável.

Não era mais produtivo o ICAM (ou lá como se chama...) investir uns milhões em algo assim em Portugal? Gastamos uns valentes euros do erário público para financiar a "criatividade" de vários realizadores, cujas obras de arte conseguem ser visualizadas por meia dúzia de almas, e o que é que ganhamos com isso...? Ok, para não ser totalmente injusto para uma indústria que desempenha um papel importante na divulgação do português, o que por si já não é pouco - que tal investir os milhões do "west coast of europe", as vaquinhas da Praça de Espanha, ou raio que os parta, e todas as campanhas que anualmente estoiram dinheiro de todos os contribuintes, e investissem numa produção cinematográfica deste género. Se fosse bem feita, com bons actores e um bom realizador... ou será apenas uma patetice, e também um desperdício de € ??
Para Barcelona resultou muito bem...
Já agora posto uma das músicas da banda sonora do filme - Astúrias, de Isaac Albeniz.
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Sunday, February 8, 2009

SNS

Estive a divertir-me a comentar um post sobre uma possível privatização do SNS no Esfera no Horizonte.

Aqui fica o meu comentário para quem tiver paciência de ler até fim:

Caro Pedro,

isto vai aqui uma salganhada… começando pelo início:

o SNS não é um monopólio, nem deve estar sujeito à teoria dos mercados. Como podes facilmente verificar, o SNS foi criado de modo a assegurar o direito à saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos. O direito à saúde é um direito que não estará garantido caso a prestação de cuidados de saúde estivesse totalmente entregue às mãos de privados.

Um sistema privado de saúde tem de ter como objectivo o lucro, pois de outra forma não é sustentável. Bom… há outra forma que é ser subsidiado. Hmmm… É por isso que os Estados, nomeadamente o Português, garante aos seus cidadãos esse mesmo serviço, pois considera-se o seu acesso um direito fundamental.

Diz-nos o art 2º, cap I, do Estatuto do Serviço Nacional de Saúde:“O SNS tem como objectivo a efectivação, por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na protecção da saúde individual e colectiva.”

Como estudas Direito deves perceber + deste paleio do que eu - em todo o caso podes pedir ao Vital Moreira para te dar umas explicações…

Como é evidente, não há sistemas perfeitos, o Estado é ineficiente, burocrático, uma chatice. Por isso é que temos problemas de todos os tipos, de meios, de condições, de médicos, enfermeiros, técnicos, etc. Mas em todo o caso, qualquer pessoa sabe que independentemente das falhas do serviço público, esse serviço ser-lhe-á prestado, por um custo reduzido.

Como cidadãos e contribuintes é esse o contrato social que fazemos com o Estado - nós vamos aguentando a máquina com os nossos impostos, para quando chegar o dia em que precisarmos de ajuda, ela não nos falte. O mesmo se passa com a justiça, segurança social, administração do território, etc etc.

Falar de “livre concorrência e competitividade no sistema público de saúde” é um conceito que faz muito pouco sentido nestas premissas. O SNS não existe para concorrer com ninguém. Existe para prestar um serviço público. É mesma coisa que dizer que as polícias não permitem às empresas de segurança um mercado livre e competitivo…

Há um problema de despesa, pois há. Esse é um problema iminentemente político. Temos de fazer opções: ou optamos por manter este sistema público, que garante a todos os cidadãos, sem excepções nem complicações, os cuidados de saúde, com os nossos impostos, ou então optamos por privatizar ou fechar o SNS, e assim teremos um Ministro das Finanças muito feliz, mas um País com graves problemas de desigualdade no acesso ao saúde.

Isto é muito importante. É que não estamos a falar de telefones e telemóveis. Ou de produção eléctrica (embora aqui tb houvesse mto para dizer…). Estamos a falar da saúde das pessoas.
Filas de espera? É um problema grave. Mas não insolúvel. É possível melhorar o SNS - muito. Basta observar as melhoras práticas públicas noutros países - Alemanha, Escandinávia etc. São necessário reformas. Mas não só na saúde, em diversas áreas. A inefiência dos nossos serviços públicos não é endémica. Façam-se reformas e vejam-se os resultados.


(já agora, espero que essa do governante turco tenha sido uma piada, pq senão inventaste um novo facto científico: a gripe aviária poder ser transmitida por uma ave morta e cozinhada…)

Concretamente ao que propões, que dou o desconto dos devaneios da idade tenra, julgo que já dei uma resposta. O SNS não se pode entender como uma sistema monopolístico, pois presta um serviço público universal, nem serve para fazer concorrência aos privados. Os privados podem ou não fazer concorrência com o Estado ou entre si, mas isso é problema deles. Creio no entanto, que há de facto necessidade de redesenhar o conjunto de infraestruturas do Estado. Fechar aquelas cujo custo é demasiado superior ao seu benefício social, centralizar regionalmente recursos, aumentar a produtividade, etc. Era o que este Governo estava a tentar fazer, e que ainda faz, embora + timidamente. Politics sucks, c’est la vie…

No resto vamos então uma a uma:

“O lucro resultante (da privatização) seria votado à constituição dum fundo com fins solidários”.
Sim senhor… e então de onde vem a remuneração do capital accionista das empresas privadas?
“para ajudar a financiar os seguros de saúde dos mais pobres ou dos recusados pelas seguradoras”


Portanto privatiza-se um serviço público para acabar com a despesa, para passarmos a um sistema privado subsidiado. Hmmm… interessante. Mas ao menos aqui algo bem dito - as seguradoras, como empresas privadas cujo objectivo tb é o lucro, nesse sistema recusam financiar muitas pessoas. Pois é…

“redução emergente de gastos teria de corresponder um abaixamento fiscal no rendimento das famílias”

Esta é uma clara opção política que porventura cava um dos maiores fossos entre Esquerda e Direita. Eu convictamente defendo que uma % justa dos nossos impostos seja utilizada para financiar o sistema público de saúde - sendo que se deve empregar esse dinheiro da forma + eficiente possível. Pelos motivos já enunciados atrás.

“O Estado poderia até manter o direito constitucional à universalidade da prestação de cuidados de saúde, impondo aos cidadãos o dever de contrair seguro de saúde ou de pagar o correspondente a um seguro-base detido pelo Estado (ou concessionários), e financiando, total ou parcialmente, o seguro dos menores e dos que comprovassem não ter meios para contrair um seguro (com recurso ao tal fundo solidário).”

Ora bem… como é que se garante a universalidade do serviço sem um sistema público? Não há sustentação empírica para essa afirmação. O “dever” de contrair seguro? Não queres antes dizer a obrigação de pagar a uma empresa privada por algo que anteriormente pagava ao Estado…? Ainda para mais sem a garantia que o capital que estou a investir no seguro tenha retorno - o objectivo da seguradora continua a ser o lucro,e pode considerar os tratamentos que eu necessito para um cancro despesas injustificáveis… pelas tuas soluções apresentadas o Estado é que se tinha de chegar à frente… Hmmm… again.

Isto é pescadinha de rabo na boca. Um pouco como a actual situação dos bancos. Ora as administrações dos bancos exigem que o Estado ajudem a abater os activos tóxicos, entrando com capital, mas sem mexer na sua estrutura accionista. Nacionalizar prejuízos, privatizar lucros. É um contrato que não beneficia o contribuinte e cidadão. O mesmo se passaria com a saúde. Ou seja, optamos por privatizar um serviço, por convicção de que nas mãos dos privados tudo irá funcionar melhor, mas a única forma de tentar resolver (sem garantia) os problemas que eventualmente vão surgir é o Estado se chegar à frente com o dinheiro dos… contribuintes. Pagamos aos privados para nos prestarem um serviço - e pagamos ao Estado para ajudar os privados a nos prestar o serviço. Ahhh… pure poetry.

Outro debate interessante é o da segurança social. Que o PSD não há mto tempo queria privatizar pq considerava que era única forma de o sistema ser sustentável a longo prazo. A crise dos mercados financeiros julgo ter ensinado uma lição a essa gente.

Ora, se privatizássemos o SNS - empresas privadas, capital privado, mercados de capitais… ring a bell…?

Um abraço - e não leves a mal. It’s just politics ;)
Iglésias

Thursday, February 5, 2009

Charles Darwin - A Origem das Espécies

Esta semana entreti-me com a leitura do The Origin of Species, do Charles Darwin (título original: On the Origin of Species: By Means of Natural Selection or The Preservation of Favored Races in the Struggle for Life). Comemorando-se 150 anos da publicação do livro, é particularmente pertinente celebrar o génio deste grande cientista, que nos ofereceu uma das obras fundamentais da humanidade.

Decidi a comprar a versão original em paperback (reimpressão da 1ª edição, de Novembro de 1859), para ler rapidamente, e a versão hardcover de uma edição ilustrada - que de passagem me parece bem feita, com fotos, pinturas, estudos botânicos e zoológicos, artigos de jornal e correspondência trocada entre Darwin e diversas personalidades . Aconselho definitivamente a compra, pois está em promoção aqui no Amazon.co.uk.

Durante o fim de semana vou escrever mais qualquer coisa sobre este senhor.




Sunday, February 1, 2009

Climate Change

Janeiro foi o mais chuvoso dos últimos 30 anos em Portugal - in DN

Depois dizem que as alterações climáticas é uma fantasia...